jean león palliere - tomando mate |
"Um gaúcho quando ama
é algo sem explicação
sua alegria vira um drama
se amargura o coração.
O mate parece lavado
e o trago fica mais fraco.
O churrasco sai salgado
e o pingo fica empacado.
Seu rincão não tem mais graça,
sua pinguancha não está lá.
A solidão não disfarça,
ela não vai mais voltar.
No amor não quer mais apego,
fica só acantonado.
A tristeza não dá arrego
e lhe deixa acabrunhado.
A prenda que isso causou
foi se embora pra outro pago
morar com um rico fazendeiro,
deixando o pobre abandonado.
A dor assim deixou sua marca
nesse pobre peão de estância
que não tinha uma pataca
nem títulos de importância.
Só tinha seu cavalo bueno,
o chapéu, o laço e o pala,
boleadeiras, sela, arreios
e uma adaga de prata.
Enquanto o grande estancieiro,
um homem muito abastado,
tem milhas de gado tambeiro,
ouro, prata e campo a largo.
É dono também de uma venda
onde mimos manda buscar
pra alegrar a interesseira
que com o dinheiro quis casar.
Sem nem olhar para trás
a chinoca então deixou
aquele humilde campeiro
que um dia disse que amou."
Por: B.Farias (15/07/2011)
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